Mensagem do Céu de Peixes

Meu voo, minha voz

Meu voo, minha voz, minha nascente e minha foz, fonte da Água da Vida que cura minha Pisciana Ferida, nascida do ventre da Paixão Atroz, a emoção que aperta meus nós.

Recorro à Terapia Esquecida, à Consciência obstruída, ao Terapeuta Ferido, ao Médico Perdido, ao Mestre dentro de mim, ao Anjo, ao Arcanjo, ao Elemental, minha origem ancestral, minha Falange Angelical, ao Mensageiro Querubim.
Dói a garganta do Violeiro que não canta, dói o olhar do visionário que não encontra lugar, dói as articulações do Coração Guerreio que vê primeiro, mas a quem não é permitido se expressar e cuja voz não convém escutar, dói o dedo que aponta a Lua e o luar, o absurdo e a desgraça de não saber-se amar, dói a alma nua e seu infinito jeito de se dar.
Meu Corpo, minha Canoa, de vento ora em popa ora em proa, meu veículo de andar e comunicar, minhas mãos e meus pés de semear e tocar, meus olhos de ver, meus ouvidos de escutar, meu Cálice de Servir, minha boca de sorrir e de cantar, meu gesto de cura e de calma, meus órgãos de canalizar, meu talento de encantar, de libertar-me do Karma, minhas articulações de Reverenciar e de abraçar meu Abraço de Amor e de Dharma!
Não há lugar que não seja Amor, não há escolha que não traga Dor, mas insistimos na segunda para alimentar nosso dissabor, por não saber que não há escolha, a não ser a aceitação de ser quem se veio ser, pois estamos aqui para aprender a aprender.
Meu voo, minha voz, meu Anjo Algoz e Guardião, entre o sim e o não, observo a corrente do Grande Rio, fujo às corredeiras e aos espelhos da ilusão, permaneço na margem direita desse velho conhecido Rio que ruma para a Foz, foz que se dissolve no Grande Mar, a Fonte do meu Voo e da minha Voz, minha Vocação, meu caminho, ora flor ora espinho, meu anseio, meu meio, meu jeito de Amar.

Te abraço.

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