Mensagem de Júpiter em Leão

O Rei da Pompa e da Circunstância


O Rei da Pompa e da Circunstância,
escravo do rogo e da arrogância,
entre a mesmice e a vanglória,
empobrece a humanidade e sua história,
pela tolice, pela monocultura e pela ganância.
Já não faz nenhum sentido,
num mundo culturalmente órfão e corrompido,
destituído da criatividade, da graça e da humildade,
pois não lembra mais onde escondeu sua Verdade,
preso no Labirinto da partidária cumplicidade.
As Guerras e os Desertos que temos atravessado
apontam para o Arquétipo do Rei Desgraçado,
que perdeu a Graça por ter-se degenerado
e, já moribundo, cego e surdo,
deixa o Reino sem rumo e fora do prumo,
não desocupa a moita, deixa a multidão afoita,
o que causa tanto absurdo. E, enquanto não abre mão
de um trono completamente sem sentido,
que já não lhe cabe mais, sem coração no ouvido,
sequer sabe o que faz, perde a Autoridade,
pende para a crueldade, sem noção do que é capaz.
Holocaustos permanentes são instaurados pelos Lobbies
da Plutocracia, que governam por si e para si,
ensanguentados pela desgraça da hipocrisia,
de mentira em mentira, constroem a Torre de Babel,
fomentam a crueldade do cartel do egocentrismo e da idolatria.
O outro é diferente. E todo diferente é erva daninha,
e deve ser eliminado como lixo de cozinha.
Não importa quem estava aqui antes,
os índios, os rios, a floresta ou os elefantes.
Eu cheguei, o lugar é meu,
se não está escrito num papel,
registrado em algum cartório do cartel,
você perdeu.
Está desapropriado,
destituído do seu mandado.
Tua Terra e tudo o que ela encerra foi pro beleléu.
Fica aí jogado, como um traste condenado,
simplesmente por seres o que és:
um estorvo para os meus pés
que querem andar livremente
por todo o, agora, meu reinado.
De hoje em diante estás amaldiçoado,
pois eu sou o rei e tu és o réu,
entre a Terra e o Céu,
um eterno pobre diabo desgraçado.
A graça é minha. Tua, apenas a desgraça,
o descaso à tua raça, a fome e a dor que te definha.
Palavras e pensamentos de reis de belos argumentos,
que transformam qualquer Alegria em lamentos,
fazem de seus governados, esses pobres diabos desgraçados,
prisioneiros permanentes de planos incongruentes
que, cedo ou tarde, serão por seus próprios articuladores,
reis doentes, monótonos senhores, também colhidos, e,
por desgraçarem, serão desgraçados,
por aprisionarem, prisioneiros,
 por empobrecerem, empobrecidos,
por ferirem, feridos.
Colhe-se o que se planta,
recebe-se o que se dá,
encanta quem canta,
morre quem tenta se salvar.
Te vejo, rei ferido.

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